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segunda-feira, 23 de julho de 2007

18 meses

Filho,
Não sei porque esse mês me deu vontade de falar diretamente para você. Falar que eu ainda custo a acreditar que você seja o meu filho, aquele que eu esperei por tanto tempo...
Eu sabia que te amaria independente das suas características físicas, se fosse gordo ou magro, se puxasse a mim ou não... Eu sabia que te amaria...
Sabia que aprenderia a cuidar de você, mesmo que meus medos não me dessem essa convicção a princípio. Eu sabia que mais cedo ou mais tarde conseguiria reconhecer seu choro de fome ou de dor. Eu sabia que conseguiria...
Eu sabia que sofreria por cada choro seu. Eu sabia que doeria em mim qualquer vacina, qualquer tombo, e sei que vou sofrer por cada desilusão que você venha a ter... Vai doer em mim saber que alguém te magoou e vou ter que aprender a lidar com isso... eu sei!
Eu sabia que teria que abrir mão de coisas que sempre amei fazer, que pelo menos nos seus primeiros anos de vida a minha (vida) não seria a mesma, que ao invés de assistir meus DVD's musicais eu teria que assistir Xuxa, Barney e similares. Que o meu repertório musical seria o que você escolhesse... Eu sabia que ia perder muitas noites entre amigos, muitas comemorações, badalações, muita bateção de perna. Eu sabia de tudo isso...
Eu também sabia que poderia deixar meio que de lado a minha feminilidade. Que poderia deixar de me arrumar, de comprar as melhores marcas, de olhar para mim... Sabia que deixaria de olhar para seu pai como homem e que ele poderia se sentir excluído, assim como sabia que ele passaria a me olhar somente como mãe e isso me magoaria também... Eu sabia que apenas com muito diálogo as coisas voltariam a ser como antes, sim eu sabia! E não é que voltou?
Sabe filho, a mamãe tem aberto mão de muitas coisas para poder viver de forma integral para você. Eu tenho vivido por você. Cada minuto do meu dia é pensando em você, no seu bem estar, na sua felicidade. Sei que poderia ser diferente, que deveria pedir ajuda a terceiros (além da que já peço quando não há outro jeito) para não deixar de lado minha individualidade, mas eu não consigo... Não consigo te deixar em casa para sentar num bar com amigos e falar de assuntos que já não me interessam como antes. Não adianta... Meu pensamento vai me trair e vai me levar sempre até você: se já mamou, se já dormiu, se sentiu a minha falta...
Mas sabe filho, eu não te culpo por nada disso. Porque eu sabia que seria exatamente assim...
Eu sei filho, que os anos vão se passar e eu vou sentir saudades do meu bebê.
Eu sei que você vai crescer e não vai ser a minha presença a mais importante... Que esse olhar de apaixonado que você me lança quando te ponho para dormir já não será dado para mim...
Eu sei que vou sofrer com isso... eu sei...
Mas eu sei que a minha felicidade vai estar na sua...
Sei que se você estiver bem, eu vou estar também...
Sei que seu amor por mim é único, como é o meu por sua vó Quinha, e que ele não vai acabar nunca, mesmo que amores diferentes apareçam para você. E é por isso que eu agradeço a Deus, todos os dias, pela felicidade plena de ter me concedido um amor assim, para chamar de meu, para sempre!
Sua mãe.


Créditos:

Kit: Fancy Free by KSharonK @Artistic Musigns/Fontes: Scriptina e DonnysHand

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